Convocados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens do Pará (ABAV-Pará), representantes do trade turístico paraense se reuniram na noite desta quarta-feira (17), para falar dos impactos econômicos em um dos setores mais atingidos com a pandemia provocada pelo novo coronavirus. A reunião ocorreu na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-Pará), em Belém, e também orientou os agentes de viagens sobre como proceder diante do alto cancelamento de passagens aéreas.
“A orientação é que voos cancelados sejam remarcados e em caso de desistência por parte do consumidor, o custo da passagem seja dado em forma de crédito para aquisição de passagens futuras”, orientou a presidente da ABAV-Pará, Rose Larrat, ao reforçar que nenhuma passagem precisa ser cancelada, mas sim, remarcada. “Até porque no nosso estado não existe nenhum caso confirmado do coronavírus”.
Ela também reforçou sobre a campanha da ABAV Nacional que está sendo repassada para orientar os agentes de viagens de todo o Brasil. Com o slogan “Adia!”, a campanha visa incentivar os consumidores a adiarem seus planos para se proteger do Covid-19.
Além dos agentes de viagens, compareceram à reunião representantes da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo (Abrajet Pará e Nacional), Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Pará (ABIH) e Sindicatos dos Guias de Turismo do Estado do Pará (Singtur-Pa). A médica Débora Crespo, da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), também foi convidada para orientar os agentes sobre as medidas de prevenção contra o coronavirus. Sem representantes na reunião, algumas companhias aéreas foram ouvidas por meio de pronunciamentos em vídeo.
Segundo o coordenador do Cetur, Joy Colares, as agências de viagens serão as mais afetadas num segmento que foi o primeiro a ser atingido por essa crise econômica mundial provocada pela disseminação do Covid-19 em vários países e, agora, no Brasil. “O deslocamento por meio de viagens é um dos maiores segmentos econômicos e, com o fechamento das fronteiras por parte do países, cancelamento de eventos e a prevenção das pessoas em se deslocarem, tudo isso afeta significativamente, primeiro o setor de transporte, depois o setor de hotelaria, e vai afetar o setor de restaurantes. As agências de viagens estão perdendo clientes”.
Para o presidente da Associação Brasileira de Indústria de Hoteis (ABIH-PA), Carlos Freire, toda a cadeia do turismo está sendo impactada e, no caso do Pará, a hotelaria sofrerá mais ainda já que, historicamente, o período de baixíssima ocupação que é de dezembro até fevereiro seria compensado com março. “Agora ninguém sabe o que vai acontecer, mas a orientação que a ABIH está dando é tentar negociar e flexibilizar com os clientes e ver como as coisas vão acontecer. Negociação é a solução”, afirma.
Entre os agentes de viagens a reclamação era a mesma, cancelamentos de passagens e muitas perdas, o que preocupa o setor que prevê até fechamento de muitos empreendimentos caso não se chegue a uma solução. “Tá muito difícil a situação, desde que o mês iniciou não houve vendas, apenas cancelamentos. O cenário é preocupante e os agentes de viagens são os mais atingidos com a crise. Eu tenho 30 anos de turismo, minha empresa tem 23 anos e eu nunca vi uma crise como essa”, declarou a empresária Claudia Fernandes.
Por conta do cenário caótico, empresários e entidades do turismo devem tentar uma agenda com o governador Helder Barbalho para chegar a uma solução para a crise no setor turístico. A reunião deve ser intermediada pela Setur, representada na reunião por Alexandre Nakagawa.
Texto: Jessica Santana e Julie Rocha
Fotos: Fernando Nobre
@prazeremviajarpa
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